A indústria de alimentos e agronegócios responde por 35% de todos os empregos do mundo e 10% do PIB global, segundo o estudo da Bain & Company apresentado no Fórum Econômico Mundial em 2023, além de consumir cerca de 30% da produção energética do planeta, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). O estudo da Bain & Company também constatou que a transformação dos sistemas alimentares será fundamental para atingir a meta de emissões líquidas zero de gases do efeito estufa e melhorar a nutrição e a saúde dos 8 bilhões de habitantes da Terra.
No mesmo fórum, a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, figura reconhecida internacionalmente pelo combate ao desmatamento ambiental e a preservação do meio ambiente, disse que o país tem a possibilidade e o desafio de triplicar sua produção agrícola sem derrubar uma árvore.
Isso não é pouca coisa, considerando que o Brasil é uma potência mundial no setor alimentício. A indústria nacional de alimentos e bebidas é a maior do país, respondendo por 10,8% do PIB brasileiro, investindo cerca de R$ 13 bilhões anualmente e gerando 1,8 milhão de empregos diretos. Em âmbito global, o Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo em volume, e o 5º em valor.
Assim como acontece com a maior parte da indústria global, os efeitos severos do fenômeno da mudança climática e o crescimento da exigência da sociedade pela adoção de um modelo produtivo mais sustentável e menos intenso no consumo de matéria-prima e energia também influenciam a indústria de alimentos no mundo e no Brasil.
Mas o que a busca por um processo produtivo com baixo impacto ambiental, amigável do ponto de vista de saúde e de sustentabilidade socioeconômica e menos intenso em carbono tem a ver com a energia elétrica? A resposta é: tudo.
A fabricação de um produto alimentício sustentável considera a baixa emissão de gases poluentes em seu processo produtivo. Tendo em vista que a energia, junto com a matéria-prima e as embalagens, representam 60% do custo total da produção de alimentos, é fundamental otimizar e tornar mais sustentável o uso da energia nesse ramo industrial.
Com relação ao consumo de energia, a indústria de alimentos é a segunda que mais utiliza energia elétrica no Brasil. De acordo com o relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2021, o segmento utilizou 23.417 gigawatts-hora (GWh) ou o equivalente a 13,1% do consumo total da indústria naquele ano, ficando atrás apenas do setor metalúrgico, com 43.613 GWh, ou quase 25% do total[6]. Para se ter uma ideia, o consumo de energia elétrica da indústria de alimentos em 2021 correspondia a todo o consumo de energia das regiões Sudeste e Centro-Oeste, juntas, por um mês.
Guerra
Os efeitos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a crise energética europeia elevaram os desafios para a indústria de alimentos global e brasileira. O desequilíbrio no cenário mundial levou ao aumento dos preços de matérias-primas agrícolas, energéticas (principalmente petróleo e seus derivados) e de outros insumos, como fertilizantes. Não à toa, em seu relatório anual, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) constatou que o aumento dos custos de produção, potencializado pelo conflito no leste europeu, tem sido o maior desafio para o setor nos últimos anos.
Nesse cenário complexo e desafiador, o desenvolvimento de fontes renováveis tem se mostrado um caminho para a indústria de alimentos reduzir custos de produção e, ao mesmo tempo, atingir metas de sustentabilidade.
Segundo o Plano Decenal de Energia (PDE) 2031, um dos mais importantes estudos sobre a expansão da oferta de energia no Brasil no longo prazo, produzido pela EPE, as fontes eólica e solar fotovoltaica têm se mostrado economicamente muito competitivas em relação às demais tecnologias de geração de energia elétrica. Em outro estudo, a EPE mostra que o custo de implantação da fonte solar fotovoltaica passou de pouco menos de R$ 7.500/kW, em 2013, para aproximadamente R$ 4.000/kW, em 2020. Ou seja, uma redução de quase 50%.
A tecnologia solar fotovoltaica segue o processo de evolução tecnológica e de redução de custos. Isso pode ser comprovado através dos resultados dos leilões de energia promovidos no Brasil na última década. O preço médio da fonte solar fotovoltaica em leilão realizado em 2016 foi de R$ 301,79 por megawatt-hora (MWh). Seis anos depois, o preço médio foi de R$ 171,1/MWh.
Na mesma linha, o ambiente regulatório do mercado de energia elétrica brasileiro tem favorecido investimentos da indústria em geral em geração de eletricidade, no modelo de autoprodução. Dados da EPE apontam que a autoprodução de energia elétrica de grande porte crescerá 37% ao longo dos próximos dez anos, alcançando 78 terawatts-hora (TWh), em 2031. Tudo indica que a expansão da autoprodução no Brasil se dará por meio de fontes renováveis, principalmente as tecnologias eólica e solar. Esta última, aliás, alcançou em 2023 26 gigawatts (GW) de capacidade instalada no país, com crescimento de 83% em um ano e se consolidando como a segunda maior fonte de geração do país, atrás apenas da hidreletricidade.
Neste sentido, os governos de diversos países das Américas, incluindo o Brasil, estão desenvolvendo políticas e aperfeiçoamentos regulatórios para estimular a expansão da geração de energias renováveis que não possuem emissões de carbono e têm baixo custo.
Com um portfólio expressivo de projetos de fonte solar fotovoltaica na América Latina e longo histórico de trabalho apoiando empresas em seus processos internos de transição energética, a Atlas Renewable Energy é uma das maiores desenvolvedoras de usinas de fontes renováveis na região, sendo um importante agente para contribuir com a indústria de alimentos nessa jornada da sustentabilidade. No Brasil, a empresa possui 1.5 GW em capacidade instalada de parques de geração solar fotovoltaica em operação ou em desenvolvimento, e mais de 1.5 GW do tipo em construção. No país, consumidores de médio e grande porte, dos setores comercial e industrial, podem contratar energia em PPAs (contratos de compra de energia de longo prazo) corporativos, com a possibilidade de autoprodução, a partir de projetos de geração de fontes renováveis. Além disso, a Atlas Renewable Energy também fornece certificados de energia renovável (I-RECs).
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